Livro lido – Veronika decide morrer, de Paulo Coelho

Leituras de 2022 – Lista #1001livros

Veronika decide morrer [1998]

Paulo Coelho (🇧🇷, 1947-)

Paralela, 2017, 240p.

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“Não era por ausência de amor que estava se matando. Não era por falta de carinho de sua família, nem problemas financeiros, nem uma doença incurável. Veronika decidirá morrer naquela tarde bonita em Liubliana, com músicos bolivianos tocando na praça, com um jovem passando diante da sua janela, e estava contente como que os seus olhos viam e seus ouvidos escutavam” (Posição Kindle 129/6%).

Faz um belo par de décadas eu peguei um livro de Paulo Coelho – o único, aliás!, para ler. Era o “Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei”, uma leitura que sequer concluí tamanho meu desgosto pelo estilo do autor. Eu nunca mais pegaria nada de Coelho para ler, principalmente por sempre o considerar um escritor ruim, sem qualquer talento.

E isso não mudou hoje, ao terminar de ler “Veronika decide morrer”, o relato de uma jovem que, desgostosa com a sua existência, se propõe dar car cabo de si tomando uma enorme quantidade de comprimidos. Daí para frente, quando a dose cavalar de medicamentos não a mata, antes a faz passar mal e quando finalmente acorda, se vê entre as paredes de um hospício em algum lugar da Eslovênia.

Uma vez vivendo entre os “internos”, Veronika vai conhecendo pessoas que, em si, não são loucas nem de fato tem alguma deficiência mental. Só estão ali por decisão própria, por se acharem inadequados sociais. A partir desse momento o livro transita entre as falas de Mari, uma advogada com síndrome do pânico, Edward, um rapaz que sofre de certo grau de esquizofrenia mas que, ao se apaixonar por Veronika, decide “retornar” de sua realidade paralela a fim de poder curtir sua paixão, uma outra mulher misteriosa, que se submete a tratamento de altas doses de glicose (ou algo do tipo) e que a fazem ter sessões de viagens astrais (sua alma sai do corpo), além do próprio drama de Veronika.

Como disse, e apesar de o livro começar muito bem, belas páginas de uma poética tocante e acerca de um tema atual e muito complexo, a narrativa se perde no meio do caminho, fica confusa, acredito que o autor buscasse tentar retratar em prosa os desmandos mentais mas acho que essa fórmula caótica não funcionou e o livro terminou mal. Veronika afinal se reencontra, Edward se reencontra, Mari se reencontra e todos decidem sair de Vilette (esse o nome do hospício) e voltam a viver suas vidas “transformadas” por algumas das experiências místicas que viveram no claustro…..

A explicação por eu ter resolvido ler “Veronika decide morrer”: não sei porque, mas faz parte da lista “1001 livros” e, por isso, me submeti a esse exercício de paciência. Não foi muito ruim, mas também não é um livro que eu diria ser bom. Minha cota de Paulo Coelho se encerra definitivamente aqui.


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