Lista #1001livros ✅
Título lido: O tigre branco
Título original: The White Tiger
Autor: Aravind Adiga
Tradução: Maria Helena Rouanet
Lançamento: 2008
Esta edição: 2017
Editora: Harper Collins
Páginas: 264
Classificação: 3/5
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“a história do mundo é a história de uma guerra de cérebros, de dez mil anos, entre os ricos e os pobres; um dos lados tentando eternamente enganar o outro” (posição no kindle 3642/78%)
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“você passou anos procurando pela chave; mas a porta sempre esteve aberta” (posição no kindle 3632/78%).
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a maioria das pessoas têm uma ideia da índia, esse país asiático super populoso, incrustado com milhares de divindades, banhado pelo ganges, rio sagrado e detentor da bomba atômica. apesar de figurar como um lugar exótico e com algum grau de misticismo que atrai tanta gente, é impossível não lembrar das condições precárias em que milhares de pessoas vivem ali, sem água potável, sem um mínimo de condições apropriadas para uma existência mais humana.
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a índia sempre será um país de contrastes fortes e marcados. em “o tigre branco”, livro de estreia do jornalista aravind adiga e ganhando do book prize, temos um retrato cáustico, nada romântico deste país. narrado em primeira pessoa pelo personagem balram, vão sendo revelados toda a sujeira, corrupção e conduta devassa de boa parte de seus habitantes, que, sob o regime das indefectíveis castas, oprimem sem dó os pobres, que, uma vez desprovidos do mínimo para viver, têm de buscar seu sustento se submetendo a regimes de escravidão. balram, egresso de uma dessas castas pobres, consegue emprego de motorista de uma família rica. ele convive com idas e vindas dos patrões milionários, que tem de gastar enormes somas para se livrarem da burocracia indiana, subornando políticos e figurões da sociedade em nova délhi.
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apesar de certo humor e alguma dose de sarcasmo que balram imprime à medida que vai explicando a um obscuro ministro chinês, o tigre branco (alusão ao tigre albino, raro e tiro como sumidade entre os indianos) traça com negro humor uma índia devastada, desamparada, desesperançoso. algumas partes, tocantes de tão cruas, chegaram a me emocionar por ver a condição a que são submetidos as pessoas mais pobres, o que não é motivo algum de orgulho para qualquer ser humano. um livro assim nos serve de chamariz para buscar um mundo mais igualitário. vale! a lista 1001 vai sendo percorrida, ainda que à velocidade da lesma. segue o baile!
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