Título original: No Country for Old Men
Autor: Cormac McCarthy (EUA)
Tradução: Adriana Lisboa
Editora: @editora_alfaguara
Ano de lançamento: 2005
Ano desta edição: 2006
Páginas: 256
Classificação: ⭐️⭐️⭐️
_______________________________________________
“Perdi vários amigos ao longo desses últimos anos. Nem todos mais velhos do que eu. Uma das coisas que você descobre sobre ficar mais velho é que nem todo mundo vai envelhecer junto com você. Você tenta ajudar as pessoas que estão pagando o seu salário e é claro que não dá para evitar pensar no tipo de registro que você deixa” (Posição no Kindle 2458).
Já fui um leitor inveterado de romances western, isso há muitos anos atrás, quando ainda claudicava no hábito da leitura. É claro que a ocasião e os livros propriamente deixaram apenas um resquício de saudades.
Mas, a despeito de tão antigas lembranças, uma das coisas boas das mídias sociais é o poder de interagir e sugerir. E foi pela sugestão de um post do amigo remoto e leitor dedicado @erick_oliveira.sp que decidi – finalmente – ler algo do escritor americano Cormac McCarthy.
E foi o ótimo “Onde os velhos não têm vez”, publicado nos Estados Unidos em 2005, e posso dizer que foi uma feliz decisão, principalmente por ser, por assim dizer, tragado pela escrita forte, ágil e poderosa, deveras violenta de McCarthy.
No livro há três núcleos, típicos nos livros do gênero: o da LEI, personificado pelo xerife do condado Ed Tom Bell; o do “MOCINHO OPORTUNISTA, na figura de Llewely Moss e finalmente no CRIMINOSO, cuja figura central, Anton Chigurh é a alma do puro western dos foras-da-lei. Mas quem brilha mesmo no livro é o Xerife Ed Tom Bell. Encarregado do caso de vários assassinatos em seu condado, muitos deles por Chigurh, perpetrados pelo matador profissional Anton Chigurh, Bell é um veterano da Segunda Guerra que funciona como alter ego de McCarthy (na época, com mais de setenta anos). Suas considerações abrem cada capítulo e são a alma da narrativa. Desapontado com a profissão e assustado com a crescente onda de violência na década de oitenta, ele não compreende o presente, teme pelo futuro e tem os olhos voltados para o passado. Talvez tenha chegado a hora da aposentadoria, o ponto nevrálgico do enredo.
Sem dúvida, um livro que vale a lida. Que venha agora o aclamado “Meridiano de Sangue”, considerado o melhor livro do autor!
Esse livro é realmente excelente.
O mérito está todo na construção dos 3 personagens centrais, cada um mais complexo, mais atraente, do que o outro.
Você explanou bem sobre a mensagem da obra, a resignação do xerife Tom Bell para com a violência que se instaurou em sua comunidade. Já não é mais o Texas que ele conhecia.
Parabéns pela resenha!