
A saudade que eu sinto de você
não é do que passou, do que sentimos, do que foi um dia,
ou dos lugares que juntos fomos e onde nos aventuramos.
A saudade que eu sinto de você
é aquela nas vezes em que não te abracei,
e aquele frio na barriga que esqueci de perceber em toda volta para a casa, quando logo te reveria.
Está naquele mesmo calor trazido pelos beijos que te não dei
ou das noites – e foram tantas – que não disse “te amo” antes de dormir.
Essa a saudade que eu sinto de você:
essa que não me faz querer o que quis e tive,
mas a que me leva a buscar lembranças nunca existidas, nunca construídas, versos jamais escritos e sorrisos perdidos.
essa que vive abafada pelo meu choro diário,
nos meus olhos embaçados pelos teus passos por toda parte,
e que me faz querer e lembrar de tudo o que não vivemos.
É dela, essa saudade, em que me vejo refém, onde me refugio,
desse tempo que nunca perdi, mas que dói
tanto como se assim o tivesse…
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