
Leitura 41/2020 [Lista #1001livros]
Mas não se matam cavalos? [1935]
Orig. They Shoot Horses, Don’t They?
Horace McCoy (EUA, 1897-1955)
L&PM, 2007, 130 p.
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“Não existem experiências novas na vida. Alguma coisa pode acontecer que você acha que nunca aconteceu antes, que você acha que é novidade, mas é um engano. Basta você ver, ou sentir um cheiro, ou escutar alguma coisa para você entender que essa experiência, que você pensou que era nova, já aconteceu antes” (págs. 51/52).
A lista não decepciona! “Mas não se matam cavalos?” é prova disso. Um livro bastante curto, que conta o dia a dia de um evento, uma maratona de dança ininterrupta, a cujo prêmio de mil dólares é o objetivo de várias duplas. Uma dessas duplas, Robert e Gloria, são dois artistas de cinema mal fadados que buscam uma nova chance em Hollywood mas que, sem trabalho, se submetem àla fatigantes sessões de dança. Roberto sonha produzir o próprio filme; Gloria, uma atriz decadente, quer ter uma nova chance na carreira. Depois de dias extenuantes dançando, vários casais vão sendo desclassificados mas os dois, apesar do cansaço, perseveram. A poucos dias do fim do concurso, uma tragédia acaba encurtando a maratona de danças. É quando Glória toma a mais difícil decisão da sua vida.
O escritor Horace McCoy legou um romance que reflete o tempo em que viveu, quando ideais e sonhos foram destroçados pela Depressão americana. O lado trágico da história mais a figuração das agruras do entretenimento americano é o pano de fundo de um livro tão pequeno, trágico e bonito.
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