Título lido: Três vezes ao amanhecer
Título original: Tre volte all’alba
Autor: Alessandro Baricco
Tradução: Joana Angélica d’Ávila Melo
Lançamento: 2012
Esta edição: 2015
Editora: Alfaguara
Páginas: 112
Classificação: 3/5
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“temos sempre esta ideia de ter caído na partida errada, e de que com nossas cartas sabe lá o que conseguiríamos fazer se nos sentássemos a outra mesa de jogo” (posição no kindle 258/21%).
a infinidade de possibilidades que este pequeno livro dá de certa forma se confunde com as possibilidades caóticas com que leio.
explico.
já venho lendo dous bons livros, que pretendo concluir antes que a faina escolar recomece, mas, gosto particularmente de, ao me deitar, abrir no kindle um livro ao acaso para ver no que vai dar. quase sempre essa matemática inexata me leva a descobrir um ótimo romance ou alguma coisa que me chame a atenção suficiente para por de lado as leituras atuais e prosseguir naquele achado.
foi o caso desse pequeno volume do escritor italiano alessandro baricco, de quem já havia lido o excelente “seda”, uma das capas mais lindas da minha modesta biblioteca e já mini-resenhado aqui. em “três vezes ao amanhecer”, dividido em três partes, dois personagens se encontram antes do amanhecer e esse encontro acaba por proporcionar uma reflexão sobre suas vidas, sobre a possibilidade de recomeçar. a primeira história narra o encontro de um homem de 42 anos e uma mulher embriagada no saguão de um hotel; a segunda é o encontro de uma jovem de dezesseis anos e o porteiro idoso de um hotel que tenta convencê-la a fazer escolhas melhores e deixar o namorado violento e fugir; a terceira e última história também começa em um quarto de hotel onde uma policial de meia-idade prestes a se aposentar decide levar um garoto de treze anos, único sobrevivente de um incêndio, para o lugar que considera o mais bonito do mundo: ao lado do homem que ama e que não vê há anos.
com essas três histórias breves, baricco nos mostra que o tempo inteiro explora e se diverte com as possibilidades da literatura, assim como as escolhas fugazes que faço em busca do “livro do momento”. ao explorar a temática da mudança e da possibilidade de recomeços à luz do alvorecer, essas três histórias se entrelaçam com maestria numa metáfora bonita sobre as possibilidades e os recomeços de nossas próprias vidas. e que nos próprios recomeços, coisa que nem todo mundo consegue sem medo, se achará o próximo passo para a próxima etapa. como leitor, já tenho o próximo destino literário: o romance do baricco anterior a este, “mr. gwyn”, onde “três vezes ao amanhecer” é citado. lindo, não?
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