Título lido: Para você não se perder no bairro
Título original: Pour que tu ne te perdes pas dans le quartier
Autor: Patrick Modano (FRA)
Tradução: Bernardo Ajzenberg
Editora: Rocco
Lançamento: 2014
Esta edição: 2015
Páginas: 144
Classificação: 4/5
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“acabamos sempre por esquecer os detalhes incômodos ou muito dolorosos de nossas vidas. basta boiar de costas e se deixar levar suavemente pelas águas profundas, de olhos fechados” (Posição no Kindle 916/62%).
topei com o nome de patrick modiano quando conferia a lista dos ganhadores do nobel, a cujo prêmio o escritor logrou em 2014. curioso, resolvi ler algo dele e acabei sendo ganho pelas páginas iniciais de “para você não se perder no bairro”, o seu último livro publeate então.
a aventura começa quando o narrador, jean daragane, um escritor solitário e auto-renegado, recebe em 2013 uma visita inusitada de um casal que alega ter encontrado uma velha agenda sua. o casal, chantal e otolinni, além de reaverem o pertence, querem que daragane os ajudem a obter informações sobre alguns nomes mencionados na agenda e que estão ligados a casos policiais. a partir daí, o romance começa a se descortinar em mais de uma plano temporal, mais precisamente alternado entre os anos de 1951, 1965 e o ano atual onde se passa boa parte do livro, onde outros personagens que marcaram a vida de daragane e que são objeto de interesse renovado a ele e que o motivam a abandonar a clausura e buscar assuntar o destino final que a vida deu a cada um deles.
em si, o livro não tem grandes reviravoltas, apenas vamos acompanhando as memórias intercaladas de daragane, que exita más acaba refazendo os caminhos de sua história. todos buscamos de alguma forma reviver as memórias dos lugares, dos cheiros, ainda que timidamente, e daragane entende que precisa refazer esse caminho tortuoso até para findar algumas fímbrias do passado ainda abertos e então focar em novos projetos.
modiano é dono de uma prosa límpida, elegante, boa de se ler. os pensamentos entrelaçados de daragane, muitos deles que dão margem a incertezas e incoerências ao velho escritor, as descrições de alguns lugares da paris que ainda porei os pés, esse ingrediente sempre reinventado que é o saudosismo, são elementos que definitivamente me ganharam no livro. lerei sim outras cousas de modiano, pois somente por ele, vale!
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