Título lido: O amor dos homens avulsos
Autor: Victor Heringer (BRA)
Editora: Companhia das Letras
Ano de lançamento: 2016
Ano desta edição: 2016
Páginas: 160
Classificação: ⭐️⭐️⭐️
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“O ódio não tem razão nem propósito. O amor tem propósito, mas o ódio não. O amor serve para a perpetuação da espécie humana, protege da esterilidade e das solidões mais fatais. O ódio é maior, tem mais tentáculos e fala com mais bocas do que o amor. O amor é uma função fisiológica, o ódio é uma fonte sublime e furiosa. É o motivo pelo qual somos a espécie dominante do planeta. O ódio é a perpetração da espécie” (Posição no Kindle 89/4%).
Fazia tempo eu queria ler este livro. Um dos motivos, ainda que trágicos, foi a prematura morte do autor, o jovem e promissor escritor Victor Heringer, há exatos 366 dias. A história, mistura memória, tragédia e saudade, construída num alegórico bairro do Rio de Janeiro, nos anos 70. É ali que Camilo cresce, se metamorfoseia, descobre os encantos do amor e a tragicidade da perda por Cosme. Uma honesta história de amizade, construída no dia a dia tão singular na vida de muitos meninos como o que eu mesmo fui.
A identificação com a linguagem do livro de Heringer foi imediata, tamanho os traços e detalhes tão bem conhecidos por mim, menino da bagaceira que fui, mas absorto no futebol das tardes da infância, quando ansiava pela proximidade dos amigos. Imediatamente me remeteu outros livros de temática saudosista, como “Aos 7 e aos 40”, de João Anzanello Carrascoza e “A resistência”, de Julián Fuks, outros dois autores brasileiros que valem a lida.
Este pequeno “O amor dos homens avulsos” é daqueles livros inquietantes, ousados, visionários. Uma enorme pena que um autor tão talentoso e promissor tenha partido tão abruptamente… Perde a literatura brasileira.
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