Título: História universal da infâmia
Título original: História universal de la infamia
Autor: Jorge Luís Borges (ARG)
Tradução: Davi Arrigucci Júnior
Editora: Companhia das Letras
Ano de lançamento: 1935
Ano desta edição: 2008
Páginas: 96
Classificação: ⭐️⭐️⭐️
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“A história sabe os diversos momentos daquele pesadelo tão lúcido: a descida arriscada e pendular pelas escadas de corda, o tambor do ataque, a precipitação dos defensores, os arqueiros postados no terraço, o reto destino das flechas rumo a órgãos vitais do homem, as porcelanas infames, a morte ardente que depois é glacial” (Posição no Kindle 537/51%).
Eu precisava ler alguma coisa do escritor argentino Jorge Luís Borges, para muitos um dos maiores escritores do século XX.
Acabei topando com este curto “História Universal da Infâmia”, um livro difícil de ser classificado, já que, uma vez contada pelo escritor, atravessa séculos, oceanos e dimensões físicas e espirituais para descortinar a vida de criminosos, piratas, canalhas, falsários e profetas, todos tendo deixado em sua passagem por este plano seus nomes marcados nos registros infortunados da humanidade. Borges, nesses curtos contos (acho que podem ser assim classificados) se utilizou de uma bibliografia pré-existente, apropriando-se do que outros autores e historiadores escreveram acerca dos personagens que povoam o livro.
No final se encontra o melhor conto, sobre o homem da esquina rosada. Fala. Sobre covardia e coragem, sobre modalidade duvidosa, o que facilmente leva o leitor a pensar que na verdade ninguém está isento de, um dia, habitar as páginas da infâmia. Na verdade todo o livro, revisitando existências marcadas não por heroísmo, patriotismo e outros “ismos”, mas por existências que se confundem com o próprio ato de errar. Vale!
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