Título: Seda
Título original: Seta
Autor: Alessandro Baricco (Ita)
Tradução: Léo Schlafman
Editora: @companhiadasletras
Ano de lançamento: 1996
Ano desta edição: 2007
Páginas: 128
Classificação: ⭐️⭐️⭐️
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“Talvez seja porque a vida, às vezes, se apresenta de maneira tal que não há mais nada a dizer” (Pág 74).
Se há uma grande verdade no ditado “para bom entendedor, meia palavra basta”, nesse belo romance essa verdade se exarceba.
Conhecemos a história de Hervé Joncour, que deixa a pequena cidade de Lavilledieu, em 1861, rumo ao Japão, onde vai em busca de bichos-da-seda em substituição aos da sua cidade, doentes e improdutivos. A viagem, longa e difícil, cruza toda a Europa, passa pelas frias estepes russas até o porto da China onde Joncour parte rumo ao norte do Japão. Ali ele entra em contato com contrabandistas japoneses, homens misteriosos que sem proferir uma única palavra, negociam os valiosos bichinhos em troca de barras de ouro. A ritualidade das viagens de Joncour tomam outro sentido que não suprir o mercado sericicultor francês. É quando o protagonista desse romance é acometido pelo olhar furtivo de uma mulher misteriosa, a esposa do chefe local. É quando ele percebe que é criado dentro de si uma insaciável necessidade de refazer a viagem tão longa e árdua em busca do calor que aqueles olhos irradiam…
Nesse curto romance nada é extenso, caudaloso. Tudo é comedido, capítulos curtíssimos, nuances, texturas, o muito que é dito apesar da economia das palavras. Uma espécie de origami, cujo desenrolar da história se dá a uma simples virada de suas fascetas. Tudo isso é amoldurado com a natural beleza da linguagem, das cores e matizes da cultura japonesa, do romance proibido entre o ocidental Joncour e a mulher misteriosa, e, num inesperado arremate, o final marcante. Vale!
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