Título: O sorriso da hiena
Autor: @gus_avila (Brasil)
Editora: Verus
Publicado: 2017
Páginas: 265
Minha classificação: ⭐️⭐️⭐️
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Quem gosta de literatura policial certamente já ouviu ou leu a famosa frase “crimes perfeitos não deixam suspeitos”, (aliás, imortalizada na marcante canção da banda Engenheiros do Hawaii, “Pra ser sincero”).
Mas… e quando o crime perfeito justamente é aquele que deixa rastros, marcas próprias e uma singular forma de agir do assassino, tornando-o uma lenda, e para a polícia, causa de frustração por não se chegar à prisão do culpado?
Terminada a leitura de O sorriso da hiena, do escritor paulista Gustavo Ávila, é justamente isso que fiquei pensando, pela forma como o escritor direcionou a série de assassinatos e os acontecimentos circundantes desta ótima trama.
Ávila apresenta ao leitor um suspense policial original, construiu personagens complexos e fascinantes como é o caso do detetive Arthur, do psicólogo Willian e do serial killer David (não é spoiler, essas informações estão na contra-capa do livro!), sem falar na desenvoltura com que a história vai sendo desfiada. Arthur é chamado para investigar um caso de duplo assassinato presenciado pelo filho do casal morto. A forma brutal utilizada, inusual e marcante, além de chocar a polícia e a sociedade, traz sérios traumas à criança que tem de ser submetida a tratamento especial por parte de Willian, especializado em psicologia infantil.
Mas o assassino não irá parar até que seu objetivo, estudar o impacto que a morte dos pais irá causar nas crianças, seja completado, e assim começa uma caçada contra o tempo em busca do autor de tão bárbaros crimes…(só contarei o enredo até aqui…😉).
Gosto muito de literatura policial. Agatha Christie, Ngaio Marsh, Conan Doyle, @raphael_montes, são alguns autores sempre presentes nas minhas leituras. E seguramente posso dizer que o suspense de Ávila me deixou incomodado, de cabelo em pé, uma agonia crescendo para chegar ao fim do livro e ver o caso solucionado quando…O auto surpreende o leitor com um desfecho totalmente inusitado!
Minha única crítica é pensar que, com uma história tão bem escrita assim, mesmo com capítulos e subcapítulos dinâmicos (isso agrada quem lê, de fato) o enredo poderia ser mais aprofundado, aumentando o clima de mistério, de medo mesmo, sem falar que o livro pontua alguns assuntos bastante sérios e interessantes como o impacto de um trauma na vida de crianças que se tornam adultas, o problema do mal e a própria síndrome de Asperger, que torna o detetive Arthur, portador da mesma, uma figura quase dicotômica além de fascinantes e inteligente. Mesmo assim o livro não perde o mérito de estar alinhado ombro a ombro ao melhor da literatura policial e o que é melhor, com um excelente toque brasileiro. Parabéns, @gus_avila, aguardando o próximo livro seu!
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