Título: O filho eterno
Autor: Cristovão Tezza
Ano de publicação: 2007
Editora: @grupoeditorialrecord
Páginas: 222
Minha classificação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
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O homem tem grandes expectativas no nascimento do primeiro filho. Mas o diagnóstico, inesperado e avassalador, coloca-o em choque gerando um paralelo existencial que sabe, durará o resto da vida…
Logo de chofre somos imergidos na trama deste livro maravilhoso, de autoria do catarinense Cristovão Tezza. A prosa em terceira pessoa vai delineando o drama e os dissabores em que vive um escritor menor cujo nascimento do filho com Síndrome de Down vem acrescentar ainda mais incertezas quanto ao seu futuro.
Incertezas, vergonha, desconhecimento, preconceito, diversos os temas inseridos nesse livro não tão grande que, à maestria do escritor torna O filho eterno um de meus livros favoritos, a magnífica prosa de Tezza vai levando o leitor facilmente por ambientes paralelos onde o pai, imerso na sua própria trajetória, vai buscando entender como lidar com a criação do filho. Desde suas idas e vindas por uma Europa e, sobretudo Portugal, que vivia os dias da Revolução dos Cravos, até as várias tentativas de escrever um romance original, o pai vai tentando conviver com a difícil adaptação do filho principalmente à sua vida própria. As emoções, diversas; as incertezas, muitas. Mas vamos percebendo que o pai, mesmo muitas vezes tomado de espanto advindo de alguma nuance do filho “imperfeito”, consegue enfim compreender a ligação perpétua entre ele e seu rebento, compreende afinal que o mais certo é o incerto que os margeiam, os guiam e os levarão em frente.
De uma beleza incomum, a poética prosa do livro de Cristovão Tezza é um romance triste e lúgubre. Mas as emoções que consegue desencadear é fruto da alta qualidade da literatura desse que, não tenho dúvida, pode ser marcado como #meubrasileirofavorito.
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