Título: Para educar crianças feministas – Um manifesto
Título original: Dear Ijeawele, or A Feminist Manifesto in Fifteen Suggestions
Autor: Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria)
Ano de publicação: 2017
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 96
Minha classificação: ⭐️⭐️⭐️
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Fiquei fã da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi mesmo na leitura de outro pequeno livro seu, o “Sejamos todos feministas”, bastante aclamado e que ganhou o cenário literário em 2015. A partir daí resolvi conhecer sua obra. Em seguida, li o estupendo “Hibisco Roxo”, quando de fato percebi que estava diante da obra de uma grande escritora contemporânea…
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Mesmo curto, o manifesto em 15 sugestões “Para educar crianças feministas” é uma obra de profundeza elogiável. Chimamanda vai delineando em ideias claras e avançadíssimas a postura feminista que tanto falta a este mundo desigual. Isso porque, creio eu, a maioria de nós, homens e mulheres, tivemos nossa parcela de educação machista e misógina, é incontestavelmente essa carga ideológica trouxe muitos dos problemas que fazem parte da base do preconceito.
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Não vejo Chimamanda como uma iconoclasta das relações humanas. Antes, enxergo nela alguém que ousou partir de encontro às profundas raízes do patriarcalismo, da falsa noção de desigualdade entre homens e mulheres e encabeçou uma luta que, enfim, ultrapassou os limites da sua Nigéria alcançando alhures.
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A essencialidade da importância das ideias defendidas e difundidas por Chimamanda está em que não é mais tolerável que as pessoas tratem as demais com desigualdade. Mulheres e homens, ambos têm seu valor justamente na sua heterogeneidade e liberdade de escolha. Mesmo afirmando isso, é óbvio que tenho meus preconceitos. Por exemplo, acho totalmente desnecessária que crianças nas primeiras séries tenham acesso à uma cartilha que as ensinem sexualidade, ainda mais da forma como é mostrada ali. Criança tem de brincar e enxergar o mundo que a cerca. Isso é errado? É preconceituoso? Talvez. Mas que sou a favor que as crianças sejam ensinadas a terem uma visão feminista, disso não tenho dúvidas. Não seria erro crer que teríamos adultos mais cônscios de suas limitações, e por isso mesmo, perceberiam que o outro — mulher ou homem — são seres iguais em suas igualdades e desigualdades. Leitura essencial!
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