Título: Homem comum
Título original: Everyman
Autor: Philip Roth (EUA
Editora: @companhiadasletras
Páginas: 136
Minha classificação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ _____________________________________________________
Estava com saudade de ler Roth. O último dele que li, A Marca Humana, foi no já distante junho de 2016.
Nesse pequeno livro, meu assombro pela prosa de Roth se agiganta e me pergunto – sempre que leio algo dele – como alguém consegue reduzir ao mínimo todo um universo literário, como Roth faz ao utilizar-se dos seus temas, como a brevidade da vida, o judaísmo, a desilusão, tudo ambientado na sua Newark, tudo isso sem perder a beleza sombria, que leva você a um exame frio mas necessário de si mesmo.
Homem Comum, embora curto, fala exatamente da limitação humana diante da iminente morte. Embora muitos considerem uma vida longeva como algo positivo, nesse livro, Roth traça exatamente o fardo que é ver não o acúmulo dos vários anos vividos, mas as “avarias” trazidas por eles.
O personagem principal, um homem cuja vida foi marcada por vários problemas cardíacos, que o levaram a estar bastante presente na mesa de cirurgia, vê sua energia minguar à medida que as limitações aumentam. Ele tenta inutilmente manter acesa a chama de viver através do sexo, da pintura a que se dedica por algum tempo, mas percebe que na verdade, tudo o que fez foi uma ilusão.
Mas não é somente o medo da morte que o apavora, mas chegar lá SOZINHO. E é exatamente o que acontece à medida que vai ferindo aqueles que o amam, deixam de estar ao seu lado no momento derradeiro…
O livro inteiro é um convite para repensar os ideais e aquilo que de fato valorizamos. O último parágrafo do livro então, é um fechamento tão simplório, mas de uma profundidade e beleza literários que até tornam o ato de morrer como algo belo, embora trágico.
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