Por algum motivo que não sei (nem quero!) explicar, resolvo republicar esta pequena crônica de outros tempos, produzida e exposta no meu primeiro blog. Apesar dos muitos erros, fiz – creio – coisas que merecem ser revistas. Como este singelo texto em homenagem à minha querida amiga Sheila Doias.
E pensar que tanto tempo faz desde aqueles dias frios, de inverno, que vivemos juntos. Quando nos acalentávamos um ao outro ouvindo Watermark no pequeno toca CD enquanto invocávamos nossos sonhos mais bizarros. Pensar como era bom nos sentirmos assim, como criança, agindo de forma irresponsável diante a vida, vivendo o sonho de viagens imaginárias por lugares distantes, onde antigos mistérios desafiavam nossas quimeras.
Pensar que escolhemos cada tarde, onde pudemos construir mundos maravilhosos juntos, e de uma forma solta zombamos da vida, de suas limitações, suas convenções. Pensar que rimos tanto disso que, cansados e introspectivos, púnhamos a pensar na fragilidade de tudo, do ser humano, na tentativa de cedermos um pouco do nosso espaço ao outro, no fato de olhar dentro dos olhos e ver ali a resposta para tudo o que perguntamos…
Pensar que em poucos minutos percorríamos terras longínquas, marcadas por sinais que desafiam os tempos e os homens, outrora visitados por entes legados da invencionice ou não de querermos crer ou negar. E pensar que o pacto de sermos para sempre fiéis aos nossos ideais, à nossa própria revolução acabasse por fim definhando, assim como uma flor que, depois de irradiar beleza e mistério, murchou e se perdeu. E pensar que um dia seríamos não tão livres, mas simplesmente… adultos.
E quem pensaria que nossa forma hedonística de viver perderia a graça, o encanto, o oculto descoberto das respostas que nunca encontramos? Quem imaginaria, ora bolas, que o futuro nos transformaria, e seríamos, enfim, cooptados pelo capitalismo do consumismo descartável e da falsa noção de utilidade ao outro? Mas, para que?
E pensar que o elo que nos servia de lema e mantra se quebrara, assim como a tarde que nunca mais foi, com a velha casa, o vinho barato, a embriaguês mental e nossa espontaneidade à flor da pele. Pensar que tudo se foi, e o que restou, então? Apenas a aurora de um novo dia, que aos poucos nos faz ser menos nós mesmos…
A Sheila e seu jardim de rosas de pedra.
Crédito da imagem: deviantart.com by “Broken Notes”.
Obrigada pelas lembraças meu eterno amigo… O que somos é graça a toda a experiência que tivemos a oportuninade de buscar e amadurecer em nossos corações… Cada momento que compartihamos nossas incógnitas sobre a vida e o sentido dela, servio e nos serve até hoje como base de vida… As vezes me pego tentando definir todos aqueles momentos que vivemos e sofremos juntos, tentando entender todos os mistérios do existir… O amadurecimento me trouxe a revelação que nem tudo na vida deve ser decifrado, apenas deve ser extraído a melhor seiva. Agradeço a Deus por ter estados ao lado de pessoas tão especiais como você em momentos tão difíceis… pois juntos conseguimos ser desbravadores em meio a uma selva feroz… E fico feliz ao veros seus sonhos se tornarem realidade, pois a sua felicidade é a minha e hoje vejo em você a história de um grande vencedor… Não esqueça que temos um pacto de amizade, ainda temos que ir à Amazônia, não esquecí não heim… rsrsrsrsrsrsr… Abraços
“apenas deve ser extraída a melhor seiva”… putz, palavras de uma profundidade abissal!
Rs, Ok, a Amazônia está de pé, desde que tomemos as devidas vacinas contra a febre amarela e similares…
Abração!
A vida é uma brincadeira que sempre levarmos em nossa passadas tudo que um dia se envolveu e até hoje envolve