LER, PARA MIM, sempre foi algo muito fácil. Não porque tive muita influência em casa ou por qualquer outro motivo que não fosse o prazer de viajar pelo universo maravilhoso da página impressa.
Dentre as muitas aventuras em que me lancei nesses anos todos, posso dizer (sem falsa modéstia) que ler “A Cabana”, de William P. Young, foi uma experiência muito interessante e diferente. Não pela história – até comum – contida nas páginas desse pequeno grande livro; não por encará-lo como mais um livro de auto-ajuda, que, ao meu ver, não é a única classificação que posso fazer em “A Cabana”. Mas justamente por ser um livro escrito (acredito!) com o coração para tantos corações que desaprenderam a arte da reflexão.
Não é novidade que passamos a vida inteira nos abarrotando de conceitos, de preconceitos, de achismos e suas conjugações. Como também transformamos, nessa caminhada, algumas coisas bem gostosas de se fazer, num mero clichê. Como o curtir a solidão. A solidão boa, é claro. E onde quero chegar com isso? Justamente no ato de esvaziar-se a si mesmo, de uma forma tal que possamos enxergar nossa própria imagem, sem máscaras, sine cera, ou sem cera, como diziam os atores helênicos. Enxergar-se tal como somos talvez seja a tarefa mais difícil, sobretudo nesse nosso mundo moderno, onde reina o culto da superficialidade e dos relacionamentos via redes sociais.
Mas onde ficamos com tudo isso? Por que o medo de ouvirmos aquela vozinha que vem lá de dentro, que costumamos sufocar com o som do iPod, com a correria da era moderna, com a internet e a tv invadindo este momento a sós consigo mesmo?
Ler “A Cabana” me fez refletir em tudo isso. Foi bom. Com certeza o será para quem tiver a coragem de se ver além de apenar olhar-se.
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